O objetivo do estudo é avaliar a associação entre déficits de cognição social e uso de risco ou dependência de álcool, considerando a influência de fatores socioeconômicos e nível de escolaridade. Em um estudo transversal, realizado com duas etapas, serão avaliados voluntários de ambos os sexos, com idade entre 18 e 25 anos a respeito de seu uso de álcool e desempenho em testes de cognição social. Na primeira etapa, os voluntários responderão de forma online a questionários sobre problemas associados ao consumo de bebidas alcoólicas (AUDIT e Inventário de Situações de Beber), estados de humor e estresse (Depression, Anxiety & Stress Scales – 21 -DASS-21), histórico familiar de problemas relacionados ao uso de álcool ou outras substâncias psicoativas, nível de escolaridade e características sociodemográficas (idade, sexo e local de moradia) e econômicas (Critério de Classificação Econômica Brasil). A partir das respostas a estes questionários, selecionaremos para a segunda etapa, um total de 120 voluntários convidados a participar de uma avaliação neuropsicológica, quando serão aplicados instrumentos que avaliam habilidades empáticas (Escala Multidimensional de Reatividade Interpessoal de Davis), reconhecimento de emoções (Tarefa de Reconhecimento de Emoções básicas e complexas em Faces), capacidade de atribuição de estado mental (teoria da mente, avaliada pelo RMET) e uso de outras substâncias psicotrópicas (ASSIST). Serão utilizados modelos de análise multivariada para estudar as relações entre as variáveis. De acordo com nossa hipótese, se déficits de cognição social constituírem fator de risco para o desenvolvimento de dependência de álcool, estarão presentes de forma mais frequente ou intensa nos grupos de adultos jovens que fazem uso de risco ou forem dependentes de álcool do que no grupo de baixo risco/abstêmios. Supomos também que as medidas destes aspectos cognitivos possam ser influenciadas por fatores socioeconômicos e pelo nível de escolaridade dos participantes.